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O Energy Center lançou na última quarta-feira, 16 de outubro, no Rio de Janeiro, documento que enumera dez megatendências para a transição energética global. A Geração Distribuída, a Eficiência Energética com Inteligência Artificial e Internet das Coisas, o Armazenamento de Energia, os Pequenos Reatores Modulares e o Hidrogênio Verde se destacam na lista, que tem ainda a companhia do Combustível Sustentável de Aviação, da Captura de Carbono, Materiais Avançados, Fusão Nuclear e Computação Quântica. O Energy Center é a vertical de energia da MIT Technology Review.

As ‘megatrendings’ foram identificadas durante o Energy Summit, que aconteceu em junho, no Rio de Janeiro. De acordo com Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit, as tendências devem moldar o futuro da energia nos próximos anos. Segundo ele, o relatório também trará um conjunto de recomendações para atores com governo, academia, investidores, empresas e start ups.

“O MIT tem essa visão de aplicar o conhecimento no mundo, é uma das universidades que mais faz isso no mundo”, explica. Segundo André Miceli, CEO da MIT Technology Review, as empresas que abraçarem as inovações estarão à frente.

Na Energia Solar Distribuída, a grande possibilidade de expansão e a chance dos modelos de negócios a colocaram na lista. O ano de 2028 é considerado o mais provável para que esses modelos estejam amplamente integrados e aceitos. O relatório sugere como ações nos próximos 12 meses o investimento em plataformas de energia P2P, pesquisas que integrem a GD com redes inteligentes e a criação de ambientes favoráveis para o crescimento de mercados de energia descentralizados baseados em blockchain.

No Armazenamento de Energia, a expectativa é que ele solucione a intermitências das renováveis e estabilize as redes. As tecnologias atuais precisam se desenvolver de modo a reduzir custos e aumentar a eficiência. Dentre as ações recomendadas estão a criação de programas com recursos não reembolsáveis para financiar novas tecnologias, o aumento da pesquisa em alternativas às baterias de íon-lítio, e o desenvolvimento de modelos de negócio flexíveis, como baterias como serviço.

O H2V, que é considerado o energético do futuro, deve chegar em 2035 sendo o mais provável para uso em larga escala e viabilidade econômica na indústria. A estimativa é que sejam necessários US$ 1,5 trilhão de investimentos até 2050, incluindo a produção de eletrolisadores, infraestrutura e desenvolvimento de mercados.

Mendonça conta ainda que o H2V é um vetor importante, por ter uma grande densidade energética. Governos são considerados o stakeholder mais importante na aceleração da economia do hidrogênio, com poder de criar políticas públicas, incentivos e regras que incentivem a produção e
o uso.

A Eficiência Energética na transição é vista como vital para integração das fontes renováveis. As corporações vêm sendo principais impulsionadores da adoção de IA e IoT para eficiência energética. Em edifícios, a implementação de sistemas inteligentes pode reduzir drasticamente o uso de energia e as emissões de CO2.

IA e IoT devem aparecer entre 2025 e 2032, com 2028 sendo o provável ano da adoção em larga escala e maturidade tecnológica. Iniciativas de cidades inteligentes, programas de pesquisa em IA para a otimização de redes e o foco em soluções inovadoras de sensores IoT para monitoramento energético são as recomendações para os atores.

Os SMRs ascendem por representarem uma nova geração de energia nuclear mais segura, acessível e escalável. Os reatores podem ter outros usos além da geração elétrica, como para calor industrial e dessalinização de água. A expectativa é que se consolidem até 2035 a adoção dos SMRs. Como sugestão aos atores, aparecem a aceleração na regulamentação para aprovação de novos projetos, investir em projetos próprios de energia nuclear, criar fundos específicos para o financiamento e explorar novas tecnologias associadas.